A criptorquidia, ou testículo não
descido, ocorre quando um ou ambos
os testículos não estão presentes na
porção dependente do saco escrotal.
Epidemiologia
A prevalência de criptorquidia em neonatos a
termo é de 2% a 8% em todo o mundo. Esse índice
diminui para 1% a 2% após os primeiros meses de
vida, pois a criptorquidia congênita pode remitir
espontaneamente com o pico neonatal de
testosterona aos 3 meses.
Etiologia
Hormonal, consumo materno de bebidas alcoólicas, genético.
Fisiopatologia
Migração incompleta do testículo durante a embriogênese da posição
retroperitoneal original próxima aos rins até sua posição final no escroto,
geralmente considerado secundário à malformação ou resultado de torção
testicular.
Diagnóstico
Exame físico de rotina
Posição supina, observar a presença ou ausência dos testículos,
posição e tamanho.
Testículo retratil l é um testículo localizado em uma posição supraescrotal mas que pode
ser puxado para baixo, de forma indolor, para o escroto, e permanecer no mesmo lugar.
Testículo com criptorquidia palpável não pode ser puxado para dentro do escroto
ou retorna rapidamente para a posição superior após ser puxado para dentro do
escroto.
Um testículo não palpável não pode ser localizado/palpado no escroto, no canal inguinal ou nas
regiões femoral ou perineal, apesar do exame físico completo.
Tratamento
A base do tratamento para criptorquidia é a colocação cirúrgica do(s) testículo(s) na porção
dependente do escroto.
Ideal para se fazer entre 12 a 18 meses.
A orquiopexia é tratamento de primeira escolha para testículos palpáveis que não tenham descido para
a porção dependente do escroto até os 6 meses de idade.
Torção Testicular
Definição
Torção do testículo no cordão espermático, causando uma constrição no
suprimento vascular e isquemia tempo dependente e/ou necrose do tecido
testicular.
Epidemiologia
Ocorre com mais frequência em adolescentes.
Fisiopatologia
O desenvolvimento anômalo da túnica vaginal e do cordão espermático pode
provocar a fixação incompleta do testículo à túnica vaginal. Essa anomalia
predispõe à torção espontânea dos testículos sobre seu cordão ou após
trauma.
Número de rotações, que pode variar de 180° a 720°, e a duração da isquemia determinam o grau de
viabilidade do tecido. Se o tratamento for iniciado até 4 a 6 horas após o início dos sintomas, os
testículos provavelmente permanecerão viáveis. Se os testículos continuarem torcidos por mais de 10
a 12 horas, provavelmente haverá isquemia e dano irreversível ao testículo. Após 12 horas, muito
provavelmente terá ocorrido necrose.
Classificação
Torção intravaginal: é o tipo mais comum de torção testicular. Ela
ocorre por causa de uma fixação anormalmente alta da túnica
vaginal ao cordão espermático, que permite a rotação do testículo
dentro da bolsa.
Torção extravaginal: é rara. Ela ocorre durante o período perinatal
quando o testículo desce e gira em torno do cordão espermático antes
de fixar-se à parede escrotal posterior.
Sintomas
Incluem dor intensa no local, de início rápido, náuseas, vômitos, seguidos de
edema escrotal e enduração. Pode haver febre e polaciúria. Os testículos
ficam doloridos e podem se encontrar em posição elevada e horizontal.
Diagnóstico
Exame Físico e USG com Doppler
Tratamento
Cirúrgico: pode ser por orquiectomia ou
orquidopexia dependendo da extensão do
dano no tecido testicular
Destorção manual em até 6 horas.
Parafimose
Definição: Complicação da fimose. Ocorre quando o prepúcio do pênis não
circuncisado é retraído e permanece atrás da glande, causando ingurgitamento
vascular e edema da glande distal.
Etiologia: relação sexual em homem não circuncisado com fimose (abertura estreita do prepúcio),
práticas sexuais que causam constrição do prepúcio, piercing peniano, infestações parasitárias,
líquen escleroso, circuncisão inadequada ou hemangiomas do pênis.
Fisiopatologia: Retração do prepúcio atrás da glande (na presença de prepúcio fimótico) causa
constrição da glande distal pelo anel fimótico. Isso causa ingurgitamento vascular, pois os fluxos
linfático e venoso do anel constritor estão prejudicados, resultando em edema secundário.
Diagnóstico: História clínica e exame físico
Sintomas: Pacientes adultos geralmente se queixam de dor no pênis. Pacientes pediátricos podem se
apresentar com sintomas obstrutivos de micção (ou seja, sensação de esvaziamento incompleto,
esforço à micção e fluxo urinário reduzido).
Tratamento
O primeiro método de tratamento envolve a manipulação do pênis para reduzir o
edemaciamento e para recolocar o prepúcio por cima da glande. Garotos jovens geralmente
necessitam de administração parenteral de opioides e agentes sedativos em associação com
anestésicos locais.