Agonistas e antagonistas dos receptores
muscarínicos
PROPRIEDADES E
SUBTIPOS DOS
RECEP.
MUSCARÍNICOS
São receptores que se
ligam no seu agonista
(Ach), então desenvolvem
um mecanismo de ação
associado à proteína G
(METABOTRÓPICOS)
Nota:
A Fosfolipase C (PLC, classe de enzimas que fazem clivagem de fosfolípidos imediatamente antes do grupo fosfato) age sobre um Fosfolipídeo de membrana específico -> Fosfatidilinositolbifosfato (PIP2) quebrando o fosfolipídeo em 2 compostos: o inositoltrifosfato (IP3) e o diacilglicerol (DAG).
O Objetivo deles é ↑ de cálcio intracelular, ↓ condutância de K+ (despolarização) e tb ativar proteínas quinase C, que vão fosforilar enzimas, proteínas importantes para a ativação de diversas outras vias metabólicas.
Excitatórios: Proteína Gqα
M1
Entérico
(intestinal)
Neuronal
Contração da
musculatura
M5
SNC
M3
Glandular
m. liso Vascular (dilatação)
As Cels. endoteliais
liberam óxido nítrico
(NO) no músculo liso
vascular -
RELAXAMENTO
M. liso
(CONTRAÇÃO)
Lembrar que por este motivo M3 tb
leva ao aumento da motilidade gástrica
↑ Atividade
urinária
↑ Broncoconstrição
Ações:
↑ IP3, DAG
Nota:
Inositoltrifosfato (IP3).
Diacilglicerol (DAG).
↑ Intracelular Ca²+ (estimulação)
↓ Condutância de K+
(despolarização)
Inibitórios: Proteína Gi
M2
Cardíaco ♥
nó SA
Abrandamento da
despolarização
espontânea:
hiperpolarização
nó AV
↓ velocidade de condução
átrio
↓ do período refratário:
↓ força de contração
ventrículo
Ligeira ↓ da
contratilidade
M4
SNC
Ações:
↓ cAMP
↓ Canais de Ca²+ (inibição)
↑ Condutância de
K+
Metabolização dos
neurotransmissores do
SNA das terminações
colinérgicas:
Acetiilcolinesterase
Butirilcolinesterase
EFEITOS
FARMACOLÓGICOS DA
ACETILCOLINA (ACh) -
Fármacos que se ligam
em algum receptor
muscarínico irão
produzir um efeito
semelhante ao da Ach
Diminuição da frequência
cardíaca (efeito cronotrópico
negativo);
Diminuição da velocidade de
condução do nodo atrioventricular
(AV) (efeito dromotrópico negativo);
Vasodilatação;
Diminuição na força de contração
cardíaca (efeito inotrópico negativo);
Trato respiratório: ↑ reflexo na atividade parassimpática que contribui para a BRONCOCONSTRIÇÃO e ↑ das secreções traqueobrônquicas
(M3);
Trato urinário: A Inervação parassimpática sacral promove a
CONTRAÇÃO do músculo detrusor da bexiga, ↑ a pressão miccional e o
peristaltismo ureteral;
TGI: Estimula o
movimento
peristáltico;
Efeitos periféricos diversos: Estimula a
secreção de diversas glândulas (todas que
recebem inervação parassimpática ou
simpática colinérgica, miose (contração da
pupila) e sialorreia (↑ da sec. de saliva);
Efeitos no SNC;
Agonistas muscarínicos que atravessam a barreira hematoencefálica provocam excitação ou ativação
cortical. *Estudos recentes indicam que há os 5 tipos de receptores muscarínicos no cérebro e
provavelmente estão ligados a diversas funções cognitivas, motoras, nocicepção e ainda na regulação do
apetite;
AGONISTAS
Drogas de ação indireta
(anticolinesterásicos ->
aprofundado em outro mapa
mental)
Inibem a ação da acetilcolinesterase (↑ a
transmissão colinérgica), aumentam os
níveis de ACh e potencializam seus
efeitos (reduzem sua degradação)
Drogas de ação
direta
Ocupam e ativam
recep. musc.
Ach
Bastante susceptível à AChE, raramente
usada por via sistêmica, a ACh é usada por
via tópica para indução de miose durante
cirurgia oftálmica (sol. 1%)
Pilocarpina
Comp. natual
utilizado para trat.
do GLAUCOMA e
XEROSTOMIA
Betanecol
Resistente a ação da Acetilcolinesterase, atua
primariamente no trato urinário e GI (M3). Útil no trat.
de retenção urinária. Estimula o peristaltismo . Atividade
cardiovascular imprevisível. Alto antagonismo pela
Atropina (reverter efeitos é fácil). Seletivo para
receptores muscarínicos (não apresenta efeito
nicotínico, menos efeitos indesejáveis).
Uso na Hiperplasia prostática benigna (aumento
da próstata-> contração da uretra-> dificuldade
de esvaziamento da bexiga-> retenção ->
infecções urinárias
Carbacol
Resistente a ação da Acetilcolinesterase. no trato
urinário e GI. Usado por via tópica em oftalmologia
no trat. de GLAUCOMA e na indução de mioma
durante cirurgia. Baixo antagonismo pela Atropina
(reverter efeito é difícil). Apresenta efeito nicotínico
bastante pronunciável (indesejado).
Metacolina
Praticamente
Extinta devido as
reações adversas
(arritmia muito
grave): uso teste
diagnóstico
Muscarina
Não é usada na terapêutica,
subst. tóxica perigosa:
miose, espasmo visual
(acomodação),
lacrimejamento, bradicardia,
diarréia, cólica TGI,
incontinência urinária
Cevimelina
Uso ODONTOLÓGICO: Alta afinidade pelos receptores M3 nos epitélios
das glândulas lacrimais e salivares. Tem longa ação sialagoga (prod.
SALIVAÇÃO) e pode ter menos efeitos adversos que a Pilocarpina.
Resumo dos efeitos
(potencialização do
parassimpático - descanso
e digestão):
↓ Ef. cardiov.: ↓ da freq. cardíaca e do débito cardíaco. Vasodilatação generalizada produzindo queda da pressão (anti-hipertensivos).
↑ Ef. sobre o m. liso: contração, ↑ do peristaltismo gastrointestinal. Brônquios e bexiga tb contraem.
↓ Ef. sobre o olho: contração do m. ciliar (imp. para o trat. do Glaucoma).
↑ Ef. sobre sec. (sudoríparas, lacrimal, salivar e brônquica: provocam estimulação de glândulas
exócrinas.
ANTAGONISTAS
Nota:
Há crescentes estudos de Antagonistas muscarínicos como combate a doença de Parkinson (Benztropina). Reduzir atividade da bexiga.
Pirenzepina (seletiva M1 - antiúlcera).
Resumo dos efeitos
Inibição das secreções: inibição das glândulas lacrimais,
salivares, brônquicas e sudoríparas, deixando pele e boca seca.
Ef. sobre a freq. cardíaca: taquicardia moderada e em doses baixas, pode causar bradicardia paradoxal (Atropina). Efeito similar ao do agonista adrenérgico (simpático).
Ef. sobre o olho: Dilatação da pupila (midríase) e não responde a luz, cicloplegia que torna a visão comprometida de perto.
Ef. sobre o TGI: inibição da motilidade gastrointestinal.
Ef. sobre outros m. lisos provoca o relaxamento da musculatura lisa da árvore brônquica e dos tratos biliar e urinário.
Efl sobre o SNC: a atropina prod. principalmente efeitos excitatórios no SNC. Em doses baixas, causa leve inquietação. Em doses altas prococam agitação e desorientação.
Alcalóides naturais
Atropina
(Não é seletivo, prolongado) Reduz sec. brônquica;
Cardiovasc.;Envenenamento
por pesticidas ou cogumelo
muscarina; Gases dos nervos
(Sarin)
Escopolamina
(hioscina)
Cinetose (enjoo
do movimento)
Semi-sintéticos
Homatropina
Br
Ação curta: midríase
e cicloplegia
N-butilescopolamina
(Buscopan)
Alívio de cólicas
Sintéticos (usados
exclusivamente por
seus efeitos no trato
resp.- Broncodilat.)
Ipatrópio
Asma
Tiotrópio,
Oxitrópio
Asma
EFEITOS ADVERSOS
PRINCIPAIS DOS
AGONISTAS
MUSCARÍNICOS
Rubor, sudorese, salivação
(M3)
Hipotensão
(M2)
Contra-indicação
para pacientes
hipotensos ou com
insuficiência
cardíaca
Secreção
gástrica
(M1/M3)
Por isso há
contra-indicação para
pessoas portadoras de
distúrbios pépticos
ácidos
Cólicas
abdominais
(M3)
Sensação de
aperto na
bexiga (M3)
Dificuldade
de
acomodação
visual
(M3)
Bronconstrição,
secreção (M3)
Contra-indicação
para asmáticos
Cefaléia
(M no
SNC)
EFEITOS ADVERSOS
PRINCIPAIS DOS
ANTAGONISTAS
MUSCARÍNICOS
Boca seca (xerostomia)
Taquicardia
Visão borrada
Dificuldade de micção
Diminuição da motilidade do TGI (constipação)
Pacientes com hiperplasia prostática benigna não devem fazer uso de antagonistas muscarínicos