Consiste em um estudo da argumentação jurídica elaborado pelo professor de Jurisprudence da
Harvard Law School, Lon Fuller, em 1949.
DA ARGUMENTAÇÃO DO JUÍZ
TRUEPENNY
DA ARGUMENTAÇÃO DO JUÍZ
FOSTER
A ARGUMENTAÇÃO DO JUÍZ TATTING
ARGUMENTAÇÃO DO JUÍZ KEEN
ARGUMENTAÇÃO DO JUÍZ HANDY
Handy inicia a justificativa de seu voto contrário à condenação
dos acusados versando sobre a problemática de se julgar o caso
à luz de teorias abstratas e legalistas ao passo de se julgar pelo
conhecimento prático. Lembra que o povo é governado não pela
lei, mas por outros indivíduos e que um bom governo se dá
quando os governantes compreendem o sentimento e
concepção popular e, de todos os ramos do governo, é o
judiciário que tem a maior possibilidade de perder o contato
com o povo pelas contraposições teóricas que tratam suas
questões.
O Caso dos Exploradores de Cavernas é uma obra ficcional criada por Fuller, que possibilita um
amplo debate acerca do ordenamento jurídico, da postura dos poderes públicos e de seus
representantes, da ética, da moral, e de muitos outros temas que permeiam o universo jurídico e
social simultaneamente. Um dos debates mais profundos, passível de ser travado neste contexto, é a
distinção entre legalidade e justiça.
O juiz Keen, em seu discurso, lembra da necessidade de se
distinguir as atribuições do executivo e do judiciário. Neste
sentido, desaprova a menção feita pelo juiz Truepenny no
sentido de recomendar a clemência executiva, dado que esta
decisão caberia apenas ao chefe do executivo. Como cidadão,
admite claramente que é favorável à absolvição dos acusados.
No entanto, como prescrevem as atribuições de sua profissão de
juiz, deve ele necessariamente promover a observância das leis
como são de fato, sem distinguir o “bom” do “mau”, o “justo” do
“injusto
J. Tatting, o terceiro juiz a se pronunciar, inicia a justificativa de
abstinência de seu voto comentado a dificuldade de se julgar o
caso desprovido de qualquer interferência emocional, dado a
tragédia que o caso afigura. Dividido entre a simpatia para com
os acusados e a aversão para com o crime por eles cometido, o
juiz utiliza-se da quase totalidade de seu discurso para
questionar a validade dos argumentos versados pelo colega J.
Foster. Sobre a argüição jusnaturalista, Tatting questiona se o
estado de natureza se deve pelo fato de estarem os
exploradores presos na caverna, pela fome ou pelo contrato
firmado.
Para Foster, o segundo juiz da Suprema Corte a se pronunciar, o
posicionamento do seu colega Truepenny implicaria não apenas
na injusta penalização dos acusados, mas também na
condenação da própria lei pelo senso comum
O primeiro a se pronunciar foi o juiz Truepenny, também presidente da Suprema Corte, que cuidou
de revisitar o episódio do crime e a sentença condenatória proferida em primeira instância. Segundo
Truepenny, os acusados eram membros da Sociedade de Espeleológica, uma organização
amadorística de exploração de cavernas.